12 de ago. de 2011

Entrevista !!! Escalador e Fotografo Naoki Arima.

Segue abaixo a entrevista feita por Kiko Araujo com o escalador e fotografo Naoki Arima.




Há alguns anos esbarrei com o Naoki Arima na Limite Vertical (centro de escalada no Rio de Janeiro), na verdade nem chegamos a nos conhecer. Tempos depois dando uma “passeada” na web, estava vendo blogs de escaladores e fotógrafos de escalada… esbarrei de novo com ele. Fiquei amarradão na qualidade das fotos e de vez em quando visitava o blog. Recentemente ajudei a montar uma exposição com fotos de esportes outdoor (exposição Via Parque)  e  lembrei desse fotógrafo. Fiz o convite e ele aceitou participar da exposição na hora. Bom, a qualidade das fotos estavam cada vez maiores e acabei fazendo essa pequena entrevista.
Naoki Arima, trinta e poucos anos, nascido em Ivoti – RS e atualmente morando em Vitória no ES. Escalador desde 1995, Naoki começou a fotografar escalada desde o início. Aqui um rápido bate papo com ele.


> Andrew Burr, fotógrafo americano colaborador da Climbing, certa vez disse que não entendia o porque alguém fazer cursos de fotografia, pois segundo ele ou vc nasce fotógrafo ou não, ou seja aprender técnicas não o transforma em um fotógrafo. Vc acha que é por aí?
Hmmm, eu acredito em predisposição genética. Vide Chris Sharma! Mas também tem pessoas como o Patxi Usobiaga que não tem um gene tão privilegiado, mas com muita vontade e treino alcançou o ponto mais alto do pódium. Na fotografia também é a mesma coisa. Há talentos natos e há os esforçados.


>  Fotografar escalada é uma paixão mesmo ou é mais unir o “útil ao agradável”, uma vez que vc está lá nas bases escalando também?
Sim e não. Tem dias que quero simplesmente escalar. Fico focado em mandar uma via ou trabalhar uma via específica e deixo a fotografia de lado. Por outro lado, tem dias que vou focado para fazer um registro fotográfico bacana e tento me empenhar ao máximo para fazer uma foto legal. Independente do foco do dia, a câmera sempre vai na mochila, não tem jeito.


> Até cerca de 10 anos atrás havia um abismo entre as produções (filmes e fotos) gringas (principalmente as americanas) e as nacionais. Hoje em dia a realidade é outra e aparece cada vídeo/foto por aqui que nos da o maior orgulho… Caras como Ricardo Cosme e Claudio Brisighello são super talentosos. Pode apontar outros talentos brazucas?
É verdade! Sim, temos grandes talentos tupiniquins! Gosto muito do trabalho do Ricardo Cosme que tem um pé no cinema e leva esse lado para a fotografia. O Cláudio é um cara que tem o feeling. Consegue deixar uma cena banal incrível e tem o domínio da luz. Aprendi muita coisa com ele no Rio. Alias ele tem uma parcela de culpa no meu rombo financeiro…
Além deles, gosto muito dos trabalhos de Bruno Senna, Gustavo Baxter, Théo Ribeiro e Marcela Chaves. Sempre foram as minhas fontes de inspiração verticais brazucas.


> E ganhar dinheiro com registros de escalada?  É possível no Brasil?
Possível é mas, ainda estamos longe do que se vê lá fora. Eu acho que o brasileiro não o hábito da leitura em todos as esferas, desde a literatura clássica até uma revista semanal. Sem contar que livros e revistas no Brasil são bem caros quando comparados a renda percapta. Tudo isso leva a uma baixa procura e que acaba refletindo na baixa demanda.
Um outro nicho interessante é a internet, mas é complicado conseguir alguma coisa boa nesse universo porque internet é quase sinômino de dado/informação/imagens de graça. Mas aos poucos percebo que o público busca um “plus a mais” e está disposto a pagar por isso. No entanto, ainda há um longo caminho pela frente.

> Vc se destaca em fotos de boulder ou é impressão minha? Aliás, que tipo de escalada é mais prazerosa de registrar e que tipo é a mais difícil?
Registrar bouldering é mais cômodo, mais fácil, porque tudo acontece perto do chão e é fácil de se mover de um lado para o outro. Mas eu prefiro fotos em ambiente vertical com trabalho de corda complexo. Isso permite buscar ângulos que estão fora do olhar cotidiano.
Não tenho preferência por tipo de escalada. Gosto de escalar e fotografar um pouco de tudo. Eu sou partidário de que uma modalidade completa a outra.
Quanto a dificuldade, com certeza vias tradicionais pela complexidade logística. Às vezes você gostaria de se posicionar num determinado lugar para conseguir um melhor ângulo, mas não tem como ir ali. É ai que mora o desafio da fotografia em ambientes verticais. Além disso, exige equipamento pesado, planejamento, tempo e muito trabalho.

> Melhores points de escalada que já fotografou?
Bah, pergunta difícil. Sempre gostei de fotografar no Campo-escola Behne (RS), não só por ser a minha primeira escola de escalada, mas também porque foi lá que aprendi a fotografar a escalada. E sem contar que o arenito do Behne tem uma cor laranjada incrível. Sempre que vou lá saio com uma foto bacana.
Na verdade os melhores points para se fotografar são também os melhores points para se escalar… Ai acabo deixando a câmera de lado e vou curtir a escalada… Até porque, primeira a escalada, depois a fotografia. É uma questão de prioridade.


> Na minha visão de leigo, sempre valorizo um ângulo original, uma visão diferente do move, da via… mas tecnicamente falando é claro que fatores como luz/exposição são determinantes para uma boa foto… Afinal, uma boa foto depende mais do que?
Como a própria palavra fotografia diz: luz! Para mim luz é tudo. Não adianta você estar numa locação linda e maravilhosa se a luz estiver péssima. Se a luz estiver boa, meio caminho está andado e o resto agente consegue controlar razoavelmente.
A minha fixação por luz é tão grande que chego a estudar o melhor horário e o melhor ângulo com bastante antecedência. Procuro me informar na internet as condições climáticas, o horário do sol nascente, do sol poente, fases da lua… Consulto o Google Maps para ver a melhor face, estimar a trajetória da sombra… Até porque a luz é um elemento dinâmico que varia ao longo do dia. De manhã e no final do dia a luz é mais branda e suave, enquanto que perto do meio-dia a luz é mais intensa e dura.


> Que equipamento usa?
Basicamente uso uma Nikon D90, mais objetivas fixas de 20mm, 50mm e 85mm. Para fotografia de escalada mostrando o escalador e o ambiente em torno, nada como uma 20mm. Para um plano mais fechado, focando o escalador, 50mm, o meu xodô. Para detalhes e retratos, a 85mm. Além disso, uso um bom tripé, flashes e alguns filtros.
Naoki no outro lado da lente – Arquivo Pessoal

Em Bariloche
> Dicas para quem ta iniciando em fotografia outdoor? Algum conselho? Algo que NÃO deve ser feito? Dê uma luz!!!
Estude, leia, pesquise, faça cursos, compre um livro. E mais, estude o trabalho dos grandes mestres da fotografia! Se não quiser comprar o livro, faça como eu, vá até uma livraria e fique folhando os livro de pé mesmo. Já está valendo.
O que não se deve fazer? Lembrar que quantidade não é qualidade, que fotografia não é estatística. ” Vou tirar 100 fotos, porque uma tem que se salvar”. Por isso, pense antes de dar o clique. E não fotografe à toa.
Abssss!!
Naoki Arima
www.naokiarima.com

5 de ago. de 2011

Escale Mais Estresse Menos ! ! !

Escalador não tem Dor de Cabeça!

 

Segue abaixo um informativo da fisioterapeuta e escaladora Juliana Torres sobre dores de cabeça e a importância da água durante a escalada.




Trabalho com dores de cabeça há quase 8 anos (4 vezes meu tempo de escalada!). Então, definitivamente, posso dizer que aquela cefaléia do tipo tensional (a mais comum), não pega os escaladores. Ela é provocada basicamente por tensão musculatura craniofacial. O perfil de quem tem esse problema passa longe de nós, felizmente!
Portanto, atenção: se você anda sentindo dorzinhas bobas na cabeça, beba mais água!!!!!! Quase 90% de chance de ser essa a causa.



Nesse tempo seco, nem percebemos o suor porque ele evapora rápido, mas estamos perdendo muita água no exercício. E como ela faz falta!!
Se todos os nossos tecidos são mais de 70% água, a manutenção dessa máquina também exige abastecimento com água. O cérebro é o primeiro a sentir a privação de qualquer coisa, mas cada organismo reagirá de alguma forma. A falta de água pode estar gerando um problema renal, por exemplo, que irá se manifestar só lá na frente.



Como o que se recomenda é 2L/dia para uma pessoa em seu estado basal, portanto, imagine só: um dia inteiro escalando exige que você leve, pelo menos, duas garrafas de água só para você. Se ficar difícil levar isso tudo pela trilha, lembre-se de repor o que o seu organismo “sacrificou” assim que você voltar.



É isso aí, quem quiser saber um pouco mais sobre a tal da cefaléia e ajudar a quem tenha, é só entrar em contato.
www.cabecaleve.com.br
atendimento@cabecaleve.com.br

Texto: Juliana Torres